terça-feira, 21 de julho de 2015

Especial - O Massacre de Jonestown

Este foi o maior desastre não-natural na história dos Estados Unidos, até os acontecimentos do 11 de Setembro. Conheça agora esta história de arrepiar cada fio de cabelo.




O Templo do Povo (Peoples Temple): Fundado em 1956 por Jim Jones, o Templo do Povo era uma igreja com o objetivo de integrar todas as pessoas e ajudá-las, independente da raça. Esse fato chamou a atenção da população negra, já que na o preconceito era enorme no país naquela época. Jones estabeleceu o Templo em Indianápolis, Indiana, mas depois moveu para Redwood Valley, California, em 1966.
Jones tinha a visão de uma comunidade comunista, em que todos viviam juntos em harmonia e trabalhassem pelo bem de todos.

Ele conseguiu se estabelecer por um tempo na California, mas seu objetivo na verdade, era criar um vilarejo fora dos Estados Unidos. O local estaria totalmente sob seu controle e fora de alcance para os chefes norte-americanos.




A Chegada na Guiana: Jones acha um local na América do Sul que seria o bastante para suas necessidades. Em 1973, ele finalmente consegue adquirir a posse do local através do governo, e começa a pagar para a limpeza da selva na área. A construção foi lenta, e até o começo de 1977, apenas 50 pessoas moravam lá, enquanto Jones ainda estava nos Estados Unidos.
Porém, tudo mudou quando Jones ficou sabendo que um jornal estaria planejando expôr todos os seus planos. O artigo incluía entrevistas com ex-membros. 
Uma noite antes do jornal ser publicado, Jim Jones e centenas de membros do Templo decidem fugir para a Guiana e se estabelecer no vilarejo.



Começam as Complicações: Jonestown deveria ser uma utopia. Mas quando os membros chegaram no local, descobriram que as coisas não eram como imaginavam. Já que não haviam casas suficientes, cada uma delas foram preenchidas com beliches, lotando todo o local. As cabanas também era divididas por gênero, forçando casais a viver longes um dos outro.
O calor e a umidade em Jonestown era absurdo, o que deixou vários moradores doentes. Membros também eram obrigados a trabalhar ao sol 11 horas por dia.
Ao redor do vilarejo, moradores podiam ouvir a voz de Jones através de auto-falantes espalhados. Infelizmente, Jones falava bastante e sem parar, até mesmo de madrugada. Exaustos com o dia de trabalho, os membros dormiam muito mal pela noite.
Mesmo assim muitas pessoas amavam viver em Jonestown. Só que muitos também queriam sair. O local era cercado de guardas armados e quilômetros de selva, dificultando o processo. Para se livrar do local, eles teriam que pedir permissão a Jones, que nunca deixou ninguém sair de lá.


Congressista Norte-Americano Visita Jonestown: Representante dos Estados Unidos, Leo Ryan, começa a escutar coisas ruins a respeito do local e decide ir investigar por si mesmo. Ele levou junto sua conselheira, um repórter da NBC, e um grupo de parentes dos membros do Templo que estavam preocupados com seus familiares.
No início, tudo parecia bem para Ryan e seu grupo. No entanto, naquela noite, durante um grande jantar e festas no pavilhão principal, um homem passa um pequeno bilhete para o repórter contendo uma lista de nomes de pessoas que gostariam de fugir de Jonestown. Ficou claro que vários membros não estavam vivendo ali por vontade própria. Para evitar suspeitas, Ryan pega um microfone e declara que não há razões para suspeitar de nada, pois todos estavam felizes. A multidão antes suspeita, agora comemora com longas palmas.



No dia seguinte, 18 de Novembro de 1978, Ryan anuncia para todos que está disposto a levar qualquer um de volta para os Estados Unidos, se eles quisessem. Preocupados com a reação de Jim Jones (de vermelho no vídeo acima), apenas algumas pessoas decidem sair com o congressista do local.


O Ataque no Aeroporto: Quando chegou a hora de partir, as pessoas do Templo do Povo que gostariam de sair subiram num caminhão com a equipe do Leo Ryan. Antes do caminhão se distanciar, Ryan, que havia decidido ficar por último para ter certeza de que todos que queriam abandonar o local estivessem com ele, é atacado por um membro do vilarejo.
O indivíduo falhou ao tentar cortar a garganta do congressista, apenas deixou um pequeno ferimento. Mas aquilo foi o bastante para que Leo percebesse que ele e sua equipe estavam em perigo. Na mesma hora, ele decide se juntar ao último grupo no caminhão.
Todos chegaram bem ao aeroporto, mas os aviões ainda não estavam prontos para decolar. Enquanto esperavam, um trator com uma pequena caçamba acoplada para próximo. Da traseira, membros do Templo começam a atirar no grupo de Ryan.



Cinco pessoas são mortas no local, incluindo Leo Ryan. Muitos outros ficaram feridos enquanto alguns fugiam pela selva.


O Ato Final - Suicídio em Massa: Enquanto isso, em Jonestown, Jones ordena para que todo mundo se encontre no pavilhão. Ele estava em pânico, e parecia agitado. Jim estava muito chateado com a traição dos seus membros e falava com pressa.
Ele confessa ao povo que teve que atacar o grupo do congressista. Também disse que por causa do ataque, o grupo não estava mais seguro. Jones tinha certeza que os Estados Unidos reagiria sem limites ao ataque contra Leo Ryan. "Quando eles chegarem de paraquedas no ar, vão atirar nos nossos inocentes bebês", dizia Jim. 
Jones então anuncia que a única saída seria um "ato revolucionário" de suicídio. Uma mulher se opôs à ideia, mas Jones logo a corrigiu dando várias razões para participar do ato. A platéia então, grita contra a mulher.
Quando foi anunciado que Ryan estava morto, Jones se apressou cada vez mais. "Se estas pessoas pousarem aqui, eles vão torturar nossas crianças. Vão torturar nosso povo, vão torturar nossos senhores. Não podemos permitir isso."

Grandes barris de refrescos contendo cianeto e valium são colocados ao redor do pavilhão. Bebês e crianças são trazidos primeiro. Siringas são usadas para colocar a bebida na boca deles. Logo após, as mães também tomavam a bebida envenenada.
Em seguida, chegou a vez dos outros membros. Algumas pessoas já estavam mortas enquanto o resto começava a beber. Se alguém decidisse não cooperar, guardas armados ordenavam que tomassem a bebida, ou forçavam o ato. O veneno matava em aproximadamente 5 minutos.

O vídeo a seguir contém imagens e áudios fortes para pessoas fracas ou menores de idade. É a última gravação de Jim Jones, que acontece durante o suicídio em massa. Podemos escutar várias crianças e bebês gritando de dor ao tomar a bebida.

Para ouvir o áudio completo do "evento", clique aqui.


Naquele dia 18 de Novembro de 1978, 912 pessoas morreram ao ingerir a bebida. 276 destes, eram crianças. Jones morreu com um tiro na cabeça, mas não se sabe quem disparou.
Poucas pessoas sobreviveram escapando pela selva. No total, 918 pessoas foram encontradas mortas.






O filho de Jim Jones estava fora do vilarejo enquanto tudo aconteceu. Atualmente ele vive sozinho e diz viver com arrependimentos de não ter feito algo para impedir aquilo. Ele perdeu sua irmã na tragédia.


O homem que entregou o bilhete para o repórter conseguiu fugir pela selva no aeroporto. Vernon Gosney lamenta ter deixado seu filho para trás com medo do preconceito que ele iria sofrer por ter um pai branco nos Estados Unidos. "Eu tive que perdoá-lo [Jim Jones] para poder seguir em frente.. Tive que perdoar o imperdoável," diz Gosney. Hoje ele vive uma vida tranquila com sua nova esposa.



Em Jonestown, apenas uma pessoa sobreviveu ao suicídio em massa. Hyacinth Thrash, uma idosa e moradora do vilarejo, se assustou com a confusão que acontecia na manhã em que Leo Ryan estava de saída e decidiu se esconder debaixo de sua cama enquanto esperava por sua irmã Zipporah Edwards. A senhora dormiu sem querer, e quando acordou, a tragédia já havia tomado conta.
Hyacinth decidiu contar sua história no local pouco tempo depois, originando o livro "The Onliest One Alive". Ela se arrependia por não ter deixado o Templo do Povo quando teve tempo, mas como muitos outros, tinha medo do que poderia acontecer com ela e sua irmã por serem negras numa época tão ruim nos Estados Unidos. Sempre comentou com muito amor sobre seus amigos e familiares no local, e que não queria abandonar sua irmã lá.
Hyacinth viveu num lar para idosos em Indianápolis por muitos anos, e viveu o bastante para compartilhar sua história com o resto do mundo.




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mansaodomedo@hotmail.com

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